O esforço do bebê para mamar no peito é muito maior do que na mamadeira. É um exercício mesmo, ele fica todo suado no final e por isso dorme pesado! Então é fácil entender porque mamar no peito faz com que a boca e a face cresçam e se desenvolvam de forma muito melhor.
Da mesma forma, uma alimentação fibrosa e vigorosa determina dentes mais bem posicionados em arcadas ósseas bem desenvolvidas, desde que os fatores genéticos e o padrão funcional também sejam favoráveis.
Quanto mais espessas e consistentes forem as refeições, maior será a densidade energética comparada com dietas diluídas do tipo sucos e sopas ralas. A alimentação mais pastosa reduz os estímulos nervosos e a consequência é uma menor formação óssea e menor estímulo muscular resultando em menos fatores de crescimento.
Uma criança nessas condições apresentará maior risco de atresia maxilar e mandíbular, mordida cruzada, falta de espaço para os dentes, dentes apinhados (“encavalados”), menor produção de saliva, pouco desenvolvimento das articulações (ATMs) e até problemas na fala!
A mastigação é importante não só para a nutrição/digestão. Ela também é essencial no crescimento e desenvolvimento das estruturas bucofaciais. É a função mais importante do Sistema Estomatognático.
MASTIGAR alimentos mais fibrosos, DEGLUTIR e RESPIRAR adequadamente favorecem um melhor desenvolvimento da boca e da face.
Pois bem, sabendo disso, é proposto mais um dentre tantos DESAFIOS que os pais já têm.
Eu sei que é difícil pois convivo diariamente com crianças que não comem bem e os pais ficam desesperados (sem exagero, desesperados mesmo…a alimentação é uma das maiores preocupações dos pais, e com toda razão!). Então nesses casos, um nutrólogo ou nutricionista e um psicólogo são extremamente necessários para ajudar os pequenos a comer bem, sem estresse, pois a comida deve ser associada ao prazer.
Vale a pena aceitar esse desafio pois seus filhos serão mais saudáveis, fortes, felizes e bonitos por toda vida!
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Fonte: CHEDID, S. J. Ortopedia e Ortodontia para a dentição decídua: atendimento integral ao desenvolvimento da oclusão infantil. São Paulo: Santos, 2013. CAPÍTULO 8